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terça-feira, 17 de março de 2015

Vou voar pelos ares da esperança...

...E aterrizar na terra do tédio sem fim...
Afim de tornar mais acessível e dinâmica a interação... O blog Mestres da Lua passa a fazer parte de
Coçadores Tediosos. (Acesse clicando no nome)

Três anos não se fazem da noite para o dia e, por isso mando agora 1 link em pdf de poesias antigas, que já passaram por aqui, poesias de livre circulação, mas com possibilidade de publicações posteriores...

O passado


segunda-feira, 16 de março de 2015

O nosso teto é o relento



Nunca pedi nada nessa vida
Eu só não queria sofrer
Tudo o que eu faço nessa lida
É tentar sobreviver

As calçadas da existência
São os meus campos de batalha
Vivo entre os homens e seus prédios
Que estão tão altos e não sabem olhar a baixo

Os ratos dos palácios luxuosos
Comem todos os queijos de nós
E eu, sou um, como outros sem lar
Como tantos nesse país

As chuvas que nos molham sem parar
Escondem os motivos que temos para chorar

Os destruidores da natureza
Não sabem acolher os seus filhos
Um sistema que é fadado ao sucesso
É o fracasso daqueles que o oprimem

É um fenômeno sinistro
Que correm aos bairros frios
Assim como os cômodos vazios
Eternamente sem abrigar ninguém

E o final dessa história é a continua opressão
Nada do que é dito na televisão
Eu estou sozinho vagando sem lar
E ninguém para me encontrar

domingo, 8 de março de 2015

#Sonetos Especiais: Dia Internacional da Mulher




                                                         Origem imagem: Semanário Mulher

O ar sereno da natureza
A força da voz oprimida
O peito desejoso de amar
O equilibrio da estupidez humana

Mulher, a sua sensibilidade
De entender o mais simples
Do abraço aconchegante de paz, da vida
Para sempre será o apogeu da humanidade

Mulher, beleza esculpida, essência do ser
Não merece ser ultrajada, por isso luta
Pela liberdade de fazer e de viver

Mulheres de várias faces e personalidades
Mas unas de paixão e longevidade
Cantam juntas aos homens, a canção da união

Ver também: Coçadores Tediosos: Dia Internacional da Mulher

terça-feira, 3 de março de 2015

Morro do Bumba



O ar rarefeito não me deixa respirar
Barro e escombros contraem meu peito
Sou um oculto encoberto de pouco respeito
Sem voz e sem força para gritar socorro

Meu coração arde
A desistência toma conta de mim
Pois bem este é o meu fim

Na solidão da tragédia, do descaso
Meus sonhos desmancham como papel
Com a insignificância falta de saber

Desafiei a natureza, sem conhecer sua fúria
Fui expulso das grandes cidades
E obrigado a viver aqui
Onde a ira caiu sobre mim

E no fruto da maldade dos criadores de limites
Cai por terra, soterrado com os meus bens
Vi quem amava perecer aos meus olhos
E a minha dor publicada nos jornais

Sou sobrevivente da tragédia natural
Instrumento daqueles sedentos por fama
Símbolo de nossa limitada organização
Mais um esquecido do meu país

Nós somos o morro do bumba
A miséria da Ruanda
O fim da estrada infinita
O descaso do Brasil


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O ausente


"A mensagem do fim, as letras do desistente que nunca tentou..."



O tempo corre ligeiramente
Na longa distância do vazio sem fim
Os planos se esvanecem em minha mente
E tudo o que resta é o nada

Cru, severo e doentio
A dor que rasga o coração
E sombrias são as luzes do amanhã
Tão monótonas como a existência

Sem utopias e glórias
Sem amor, felicidade só a dor
A dor penetrante e insistente
Que perfura meu peito sem contato nenhum

Caio frio, sozinho como sempre
Sugado as minhas glórias foram
E tudo que fiz foi inútil como esperado
Mas todas as rotas me levariam ao mesmo lugar

Sou o tudo, sou o vento, sou a hostilidade
Sou aquele que ninguém conhece
O miserável das migalhas que só pensa em seu ser
O grosso, o inculto, o morto

Eu sou a droga que circunda o corpo
E não frequento mesa alguma, seja amiga ou inimiga
Sou a insignificância, sou a mascara da face oculta
Que esconde o rosto desfigurado e a menina nua

O poeta sem rimas, o amante sem excitação
Eu sou o corpo desnutrido... Caindo, caindo
O caçador sem presas, o escritor sem ficção
Eu sou o fim do universo e controlo corpos vivos

Sou o ceifador, sou a morte em essência
Sou - não sou não me controlo, não vivo
E o início começa quando chega o fim
Pois o meio é o nada ser...

A face do medo, a voz da melancolia
Aquele que nada acrescenta e nada faz bem
Eu sou o oprimido, o contido, o tal reservado

Eu sou o ausente...

sábado, 27 de dezembro de 2014

Dança dos burgueses





Direita aproveitadora
Disseminadora de loucuras
Racista e elitista
Burgueses com bíblia na mão

Padres amalucados
Pastores alucinados
Empresários e seus cheques
Compram o destino do povão

Essa é a dança dos burgueses
Pra frente e pra trás
Prum lado e pro outro
Esquerda e direita tanto faz

Estudantes politizados
Playboys dogmáticos
Esquerda autoritária
Promessas vazias

Pseudo-revolucionários
Burguesia guerrilheira
Ideologia acima da nação
Uma marcha sem noção

E a dança dos burgueses continua
E o povo não sabe onde pula
A luta por um progresso só
Ou uma servidão cristã

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Philae


Philae abra suas asas sobre nós
Do rabo de uma estrela
Philae te acompanhamos
Na trajetória espacial

Um passo para um novo mundo
O velho descaso e a solidão
Philae que voa pelo espaço
Decifra enigmas alienígenas

Mas Philae, o parasita do cometa
Não enxerga a criança faminta
Não enxerga o velho que grita
Não enxerga o futuro sombrio

E o seu rastro dominador
Congestiona o espaço sideral
Sua luz induz a um novo milênio
Onde tudo será como antes

Oh seres do universo
Guiem-nos com sua sabedoria
Não deixe que a cultura da morte
Se reproduza por aí

Você que não voa e não vê
É mais um que assiste
A massa dominadora
Contando vitórias e glórias

E o povo que sofre
Continua solitário
Essa é nossa sociedade moderna
Vazia e autoritária
 Mãe de nosso mascote exemplar

Philae sua vida é pequena
Assim como a nossa bondade
Pois os monstros da cidade
Utilizam de seu talento e oportunidade
Apenas para si e não para o outro

Milhões morrem de fome
Quatro bilhões voam pelo ar 
De que vale a evolução tecnológica
Se o mundo continua desumano?
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